quinta-feira, 13 de março de 2014

"Por que as crianças hoje são tão malcriadas e os adolescentes tão agressivos?"

"Por que as crianças hoje são tão malcriadas e os adolescentes tão agressivos?"


A pergunta mexeu com todos. Alguns aplaudiram, outros deram risada (solidária, não irônica), e pareceu correr pela sala uma onda de alívio: o problema não era a dor secreta de cada um, mas uma aflição geral. Minha resposta não foi nada sofisticada. Saltou espontânea de trás de tudo o que li sobre educação e psicologia: "Porque a gente deixa".
E a gente deixa porque talvez uma generalizada troca de papéis nos confunda. Por exemplo, a que ocorre entre público e privado. Vivemos uma ânsia de expor o que pensamos sobre os outros, achando que nos resguardamos da opinião alheia. No entanto, essa é uma forma de botar a cara na janela, tornar-se cabide dos fantasmas alheios – uma verdade mais contundente do que imaginam os que nunca se debruçaram em nenhum parapeito. 


Quando pequena, numa cidade do interior, era engraçado no fim da tarde, no sobrado de meus avós, subir numa banqueta e, cotovelos apoiados em almofadas, ficar olhando pela janela o que se passava na rua. Até que descobri que eu é que estava sendo olhada: eu me expunha. Eu, tímida e assustada, era personagem, não plateia. E a janela perdeu a graça.
Filhos malcriados e agressivos... O problema da autoridade em crise não é do vizinho, não acontece no exterior, não é confortavelmente longínquo. É nosso. Parece que criamos um bando de angustiados, mais do que seria natural. Sim, natural, pois, sobretudo na juventude, plena de incertezas e objeto de pressões de toda sorte, uma boa dose de angústia é do jogo e faz bem.
Mas quando isso nos desestabiliza, a nós, adultos, e nos isola desses de quem estamos ainda cuidando, a quem devemos atenção e carinho, braço e abraço, é porque, atordoados pelo excesso de psicologismo barato, talvez tenhamos desaprendido a dizer não. Nem distinguimos quando se devia dizer sim. Estamos tão desorientados quanto esses que têm vinte, trinta anos menos do que nós. Assim é instalada a inversão, e esta pode ser bem dolorosa.
Muitas vezes crianças são excessivamente malcriadas e adolescentes agressivos demais porque têm medo. Ser insolente, testar a autoridade adulta, quebrar a cara e bater pé, tudo isso faz parte do crescimento, da busca saudável de um lugar no mundo. Mas não ter limites é assustador. Ser superprotegido fragiliza. O mundo é informe quando se está começando a caminhar por ele: quem poderia sugerir formas, apontar caminhos, discutir questões, escutar e dialogar está tão inseguro quanto os que mal acabaram de nascer.
Teorias mal explicadas, mal digeridas e mais mal aplicadas geraram o medo de magoar, de afastar, de "perder" o filho. A fuga da responsabilidade, o receio de desagradar (todos temos de ser bonzinhos) aliam-se ao conformismo, o "hoje em dia é assim mesmo". Ninguém mais quer ser responsável: é cansativo, é tedioso, dá trabalho, causa insônia. Queremos ser amiguinhos, mas os filhos precisam de pais. E, intuindo nossa aflição, esperneiam, agridem, se agridem – talvez por não confiarem o suficiente em nós.
Ter um filho é, necessariamente, ser responsável. Ensinar numa escola é ser responsável. Estar vivo, enfim, é uma grave responsabilidade. Não basta tentar salvar a própria pele nessa guerrilha social, econômica, ética e concreta em que estamos metidos. Trata-se de ter ao menos um pequeno facho de confiança, generosidade e experiência, e colocá-lo nas mãos das crianças e dos jovens que, queiram eles ou não, se voltam para nós – antes de se voltarem contra nós.
Lya Luft 


quarta-feira, 12 de março de 2014

Provas do Enem 2014 devem ser aplicadas 1 e 2 novembro após as eleições.


A publicação do edital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014 contendo o calendário oficial com o prazo de inscrições, datas das provas, da liberação dos gabaritos e da divulgação do resultado ainda não foi publicado. Como tem recorrido nos últimos anos, deve ocorrer no mês de maio, juntamente com as inscrições .
Entretanto, como já reforçamos em vários artigos em nosso Portal, os estudantes não devem aguardar a liberação do cronograma oficial para início dos estudos. Pelo contrário, quanto antes começarem, melhor. E para lhe ajudar a organizar e planejar de maneira adequada seus estudos, faremos hoje nossa previsão das datas das provas do Enem 2014.
Normalmente as provas do Enem são aplicadas no mês de outubro, com exceção dos anos em que haviam eleições, sejam presidenciais ou municipais. Nestes anos, as edições do exame sempre foram marcadas para o mês de novembro, após a realização das eleições. Confira tais informações abaixo.
Eleições 2010: Primeiro turno – 3 de outubro / Segundo turno – 31 de outubro.
Enem 2010: Dias 6 e 7 de novembro.
Eleições Municipais 2012: Primeiro turno – 7 de outubro / Segundo turno – 28 de outubro.
Enem 2012: Dias 3 e 4 de novembro.
Repare que, nos dois últimos anos eleitorais, o Enem foi realizado no primeiro fim de semana após a data do segundo turno. Como neste ano de 2014 as eleições estão marcadas para 5 de outubro (primeiro turno) e 26 de outubro (segundo turno), tudo nos leva a crer que as provas do maior exame do Brasil sejam aplicadas nos dias 1 e 2 de novembro.
Ressaltamos que esta data ainda não é oficial e que não temos nenhuma fonte dentro do Ministério da Educação. Esta previsão foi feita, conforme mostrado na matéria, com base nas ocorrências dos últimos anos do Enem.
Desta forma, você que vai prestar o exame este ano tem mais de 7 meses para estudar e se preparar da melhor maneira possível para o exame.
Como dissemos anteriormente, um bom planejamento é fundamental. Mas isso é assunto para outro artigo. Continue nos acompanhando que em breve publicaremos dicas para você elaborar um planejamento de estudos para o Enem 2014.